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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Calendário vacinal especial para prematuros

Prematuros têm calendário vacinal especial

Taxa de bebês nascidos cedo demais cresce e médicos lançam roteiro específico de imunização

Diante do aumento no índice de nascimentos prematuros no País nos últimos anos, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) criou um calendário de vacinação especial para esses bebês. Isso porque a imunização de crianças nascidas antes das 37 semanas de gestação tem peculiaridades que são pouco conhecidas pelas famílias e até mesmo pelos serviços de saúde em geral.
AE

Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) criou um calendário de vacinação especial para prematuros

A iniciativa faz parte da campanha Prematuro imunizado é prematuro protegido. Entre as orientações específicas para esses bebês está a aplicação de um tipo especial de vacina tríplice bacteriana, que protege contra coqueluche, tétano e difteria: crianças nascidas antes do tempo devem receber a categoria acelular dessa imunização, geralmente aplicada em adultos.

"Prematuros costumam estar em atraso constante na vacinação", diz Renato Kfouri, presidente da SBIm. Ele conta que muitos pais acreditam que esses bebês, por serem pequenos, deveriam receber as doses mais tarde, com mais peso. Mas essas crianças, na verdade, estão mais expostas a todos os tipos de doenças, pois nascem sem os anticorpos passados pela mãe nas últimas semanas de gestação.

Outra diferença entre a caderneta dos prematuros e o calendário regular é a administração do anticorpo monoclonal palivizumabe, contra o vírus sincicial respiratório (VCR). Nos prematuros, o risco de complicações por causa desse agente é 10 vezes maior em relação aos outros bebês. A substância, oferecida pelo Sistema Único de Saúde de São Paulo como droga de alto custo, promove a imunização por meio do anticorpo já pronto.

Prematuros ainda precisam receber uma dose adicional da vacina contra hepatite B e a aplicação da BCG deve obedecer regras específicas (veja ao lado). Segundo Kfouri, a campanha vem num momento em que o Brasil enfrenta expressivo aumento de nascimentos prematuros. Ele diz que, atualmente, cerca de 10% dos partos são prematuros - índice que, em 1997, era de 5,3%, segundo o Ministério da Saúde.

A neonatologista Graziela Lopes del Bem, do Hospital e Maternidade São Luiz, também destaca taxas de prematuridade em alta: por lá, o índice passou de 9% para 12% em 10 anos. Os motivos vão desde o avanço da tecnologia, propiciando o nascimento de bebês que antes não sobreviveriam, até o aumento de doenças crônicas nas mães, que passaram a engravidar mais tarde.

"Bebês de 1 kg, que no passado morriam logo após o nascimento, hoje sobrevivem, mas demandam atenção diferenciada no campo nutricional, neurológico e nas imunizações", diz Kfouri. "Com o avanço da fertilização, há ainda um número maior de gêmeos, que têm mais risco de nascer antes do tempo", completa Graziela.

A empresária Camila Chrystiane Infantini Carneiro, de 31 anos, é um exemplo do quanto os avanços da medicina beneficiaram os prematuros. Ela já havia perdido dois bebês quando deu à luz Rodolfo, que nasceu no sexto mês de gestação. Após três meses na UTI, com várias paradas respiratórias, um acidente vascular cerebral e hipertensão pulmonar, o menino foi para casa.

Com orientações precisas de um médico especializado em gestações de alto risco, o bebê recebeu todas as imunizações específicas para um prematuro. E, hoje, aos seis anos, tem vida normal, sem nenhuma sequela grave.

Ingresso na escola influi na vacinação

Um levantamento feito pela empresa de pesquisas Target avaliou o conhecimento de 320 mães de cinco capitais brasileiras sobre a imunização das crianças. Para 89% das paulistanas, o ingresso das crianças na escola ou na creche influenciou na decisão de vaciná-las com a imunização antipneumocócica. Isso porque, para 78% das entrevistadas, os filhos ficam mais expostos às doenças nessa fase.

Ainda de acordo com a pesquisa, as mães paulistanas são as que mais procuram informações sobre vacinas na internet: 32% dizem contar com essa fonte. Mesmo assim, consultas com o pediatra continuam sendo a principal forma de esclarecer dúvidas: 91% delas se informam com o médico.

"A internet é uma ferramenta importante da mãe moderna. Mas a relação de confiança com o pediatra é muito bem estabelecida", diz o pediatra Renato Kfouri. A maioria das mães paulistanas, ou 76%, declarou saber que as vacinas podem prevenir doenças graves. Mas apenas 12% delas souberam explicar como a vacina é produzida.

Para os médicos, hoje há um grande reconhecimento por parte da população sobre a importância das vacinas. A pediatra Naomy Wagner, da Maternidade Santa Joana, conta que antigamente era preciso convencer os pais a vacinar os filhos. "Melhorou muito. As pessoas já estão aceitando melhor e procurando espontaneamente."

CALENDÁRIO ESPECIAL

BCG ID: deve ser aplicada na maternidade, mas somente em bebês com mais de 2 kg

Hepatite B: nos bebês com menos de 33 semanas de gestação ou com menos de 2 kg, são necessárias 4 doses, em vez das 3 doses habituais

Palivizumabe: o anticorpo monoclonal contra o VSR deve ser aplicado em prematuros de 29 a 32 semanas de gestação no período de circulação do vírus: março a setembro

Pneumocócica conjugada: esquema igual à vacinação regular. Quatro doses aos 2, 4 e 6 meses

Poliomielite: o uso oral está contraindicado enquanto o recém-nascido estiver hospitalizado. Recomenda-se a vacina injetável

Rotavírus: não deve ser tomada em ambiente hospitalar

Tríplice bacteriana: é indicada a vacina acelular (geralmente aplicada em adultos), que reduz o risco de reações

Hemófilos tipo B: é recomendada em combinação com a trílplice bacteriana


PREMATURIDADE

Ligação com o aumento do uso de técnicas de fertilização

Mulheres escolhem ter filhos mais velhas, aumentando risco de doenças crônicas e de cesárias

Evolução da medicina tem possibilitado a anutenção da gravidez, mesmo em casos graves






Campanha de vacinação x Sarampo

Vacinação contra sarampo atinge meta no País; campanha termina nesta sexta

Segundo Ministério da Saúde, 95% das crianças entre um e sete anos já foram imunizadas

29 de setembro de 2011

Agência Estado

A campanha de vacinação contra o sarampo termina nesta sexta, 30, mas, segundo o Ministério da Saúde, a meta de vacinar 95% do público-alvo já foi atingida. Foram vacinadas no Brasil, até o momento, 16,5 milhões de crianças com entre um e sete anos, equivalente a 96,9% do total.

Em Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo 100% das crianças foram vacinadas, de acordo com os dados do ministério. Na Região Norte, apenas o Estado de Tocantins superou a meta, e os Estados do Maranhão e Mato Grosso também registram coberturas inferiores a 95%. O Ministério da Saúde recomenda aos municípios que não atingiram a meta dêem prosseguimento à vacinação.

Até julho de 2011, os Estados e os municípios notificaram a ocorrência de 18 casos de sarampo no Brasil, relacionados à importação do vírus de genótipo D-4, que circula na Europa. Os casos foram nos Estados do Rio Grande do Sul (7), Rio de Janeiro (4), São Paulo (3), Bahia (1), Mato Grosso do Sul (1), Piauí (1) e no Distrito Federal (1).

O sarampo é uma doença altamente contagiosa. Os sintomas mais comuns são febre, tosse seca, manchas avermelhadas, coriza e conjuntivite. A transmissão ocorre por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar.


ListerioseX Melões

Bactérias em melões matam 13 nos EUA

Surto de listeriose, o mais grave em dez anos, atinge 18 Estados; número de casos deve crescer

29 de setembro de 2011 | 10h 29

Reuters

CHICAGO - Casos de listeriose - infecção pela bactéria Listeria monocytogenes - motivados pelo consumo de melões contaminados mataram pelo menos 13 pessoas nos Estados Unidos e deixaram mais 72 hospitalizadas. Autoridades de saúde afirmam que o número de casos deve aumentar em outubro, quando mais infectados desenvolverem sintomas, como vômito e diarreia.


AP

Melões provocam surto de 'Listeria monocytogenes'

Com casos em 18 Estados, o surto já é considerado o mais letal em dez anos, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Diferentemente da E. coli e da salmonela, dois micro-organismos que causam enfermidades por meio de alimentos, a bactéria da listeriose pode provocar a doença até dois meses depois de a comida infectada ter sido ingerida, o que torna esses surtos especialmente problemáticos.

“Provavelmente veremos mais casos durante todo o mês de outubro”, afirmou a comissária da agência de vigilância sanitária do país (FDA), Margaret Hamburg. O prognóstico pessimista é reforçado pela médica Barbara Mahon, do CDC. “Esperamos que o número de casos aumente e é possível que ocorra o mesmo com o de mortes”, afirmou. Segundo ela, estão sendo divulgados apenas os casos de infecção e de morte confirmados por exames laboratoriais.

As autoridades de saúde afirmam que o surto começou a partir de melões cultivados pela empresa Jensen Farms, no Estado de Colorado. As frutas infectadas foram comercializadas entre 29 de julho e 10 de setembro.

Não se sabe como a bactéria contaminou os melões. Surtos de listeriose são mais corriqueiros envolvendo queijos e carnes processadas. “A bactéria é muito comum, o que significa que é muito fácil ela entrar na cadeia alimentar, no campo ou em casa”, afirmou o especialista Martin Wiedmann, professor da Universidade Cornell. Segundo ele, para contrair listeriose é necessário ingerir uma quantidade razoavelmente grande de alimentos contaminados.


Meningite C

DF confirma caso de meningite C, mas diz que situação está sob controle

Desde o começo de setembro, cinco pessoas morreram na Bahia por causa da meningite C, quatro delas eram empregados de rede hoteleira

27 de setembro de 2011

BRASÍLIA - Um caso de meningite tipo C em uma criança de 2 anos de idade, diagnosticada em um hospital de Planaltina, cidade a 40 quilômetros de Brasília, foi confirmado na segunda-feira, 26, pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (DF). Este ano, o DF registra 115 casos suspeitos de meningite C, um dos tipos mais graves da doença.

Dos 115 casos suspeitos até agora, 15 são pacientes que moram no DF. Os demais, vieram de outras regiões e receberam atendimento nos hospitais locais. A taxa de letalidade da doença no DF é 20% e a faixa etária mais acometida é a de 1 ano a 4 anos de idade, com morte em 94% dos casos, segundo boletim da Subsecretaria de Vigilância à Saúde.

As autoridades de saúde informam que a doença está sob controle no DF, e que os números de notificações, confirmações e óbitos estão dentro dos padrões. Em 2010, no mesmo período (até a semana de 24 de setembro), foram registrados 373 notificações e 187 confirmações da doença, com 32 mortes.

Desde o começo de setembro, cinco pessoas morreram na Bahia por causa da meningite C, quatro delas eram empregados da rede hoteleira da Costa do Sauípe, no norte do estado, onde o governo reconheceu um surto da doença.

A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por bactérias, vírus e fungos. A transmissão ocorre por meio do contato direto entre pessoas que convivem em um mesmo ambiente, quando o doente expele gotas e secreções do nariz e garganta. Os sintomas são febre alta repentina, dor de cabeça intensa, vômito, náuseas, rigidez da nuca e manchas vermelhas na pele.

Há vacinas contra alguns tipos de meningite, disponíveis no calendário de imunização das crianças, grupo com maior risco de contrair a doença. Para se prevenir contra a meningite, a recomendação é que as pessoas evitem aglomerações e mantenham os ambientes ventilados, além de procurar um médico assim que surgir os primeiros sintomas.




terça-feira, 27 de setembro de 2011











Cerca de 30% dos casos de câncer de boca estão ligados ao HPV

O estudo aponta, também, que a grande maioria dos pacientes afetados, 70%, é do sexo feminino

26 de setembro de 2011 | 13h 56

Solange Spigliatti - estadão.com.br

SÃO PAULO - Cerca de 30% dos casos de câncer de boca registrados estão ligados ao papiloma vírus humano (HPV), segundo levantamento do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).

O levantamento mostra que 30% dos pacientes operados em decorrência de tumores que afetavam a região da cabeça e pescoço, desenvolveram o câncer em decorrência de infecção pelo HPV. O estudo aponta, também, que a grande maioria dos pacientes afetados (70%) é do sexo feminino, com idade entre 40 e 50 anos.

Alguns dos sintomas manifestados por esses tipos de câncer podem ser manchas brancas na boca, dor, lesão com sangramento e cicatrização demorada, nódulo no pescoço presente por mais de duas semanas, mudanças na voz ou rouquidão persistente e dificuldade para engolir.

Embora os tumores relacionados ao HPV sejam menos agressivos, respondendo bem ao tratamento, eles podem ser evitados com o uso de preservativos nas relações sexuais.

Anualmente, o Icesp recebe cerca de 1.200 novos casos cirúrgicos na especialidade de cabeça e pescoço.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Tuberculose resistente a remédios causa temor na Europa

OMS descreve situação como alarmante; países do leste do continente têm maior número de casos.

14 de setembro de 2011

Um plano foi elaborado para tentar conter casos de um tipo de tuberculose resistente a medicamentos em 53 países europeus, em um problema descrito pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como "alarmante".

A infecção é maior no leste da Europa, enquanto no oeste do continente, Londres tem o maior índice de ocorrências da doença entre as capitais.

A OMS estima que há 81 mil casos do tipo resistente de tuberculose por ano na Europa, embora muitos países apresentem falhas nos diagnósticos.

O plano pretende aumentar os diagnósticos e os acessos a tratamentos. Especialistas acreditam que ele tenha o potencial de economizar 120 mil vidas, além de vários bilhões de dólares, até 2015.

Problema europeu

A Rússia, a Ucrânia e o Azerbaijão estão entre os países com a maior incidência da doença.

Os casos de tuberculose na Grã-Bretanha estão concentrados nas grandes cidades. Há 3.500 casos em Londres por ano.

Em 2009, foram registrados 58 casos do tipo resistente da tuberculose no país. A resistência pode aumentar casos os pacientes não sigam a medicação à risca.

"Embora os números gerais sejam baixos, a tendência é de aumento nos casos na última década", afirma o médico Ibrahim Abubakar, especialista em tuberculose da Agência de Proteção à Saúde britânica.

"Não podemos ser complacentes. O custo de administrar cada caso pode ser aumentado para várias centenas de milhares de libras", diz.

"Enquanto uma pessoa está infectada, outras podem pegar a tuberculose. Os grandes números no leste europeu representam uma falha na tomada de ação."

O especialista pede que médicos e centros de atendimento estejam vigilantes para detectar possíveis casos.

A tuberculose é uma infecção contraída pelo ar que, embora tenha tratamento, ainda é fatal em cerca de 7% dos casos. Quase metade dos pacientes que contraem a forma resistente a medicamentos da doença acabam morrendo.

No Brasil, segundo dados do governo federal, a tuberculose é a terceira causa de mortes por doenças infecciosas e a primeira entre pacientes com Aids.

A OMS elogiou o serviço britânico para tratar da doença, que utiliza uma van com equipamento portátil de raio-X para examinar moradores de rua e dependentes de drogas.

"Todos nós podemos estar expostos (à tuberculose), e não apenas as populações vulneráveis, como os imigrantes e os prisioneiros", disse Ogtay Gozalov, do escritório europeu da OMS.

"Se os Estados-membros não agirem agora, pode haver uma situação dramática no futuro."

Coquetel

A advogada inglesa Anna Watterson contraiu o tipo resistente de tuberculose enquanto estudava Direito e morava no noroeste de Londres.

Ela afirma ter se recuperado totalmente, mas perdeu um ano de estudos e passou quatro meses no hospital.

"Eu tinha uma tosse que não acabava nunca, perdi peso e tive sudorese noturna", disse ela à BBC.

"Eu visitei meu médico de família algumas vezes, mas não havia suspeita de tuberculose devido ao meu retrospecto e à minha idade - eu estava na faixa dos 20 anos", afirmou.

"Assim que entrei no hospital, comecei com o tratamento básico com três medicamentos. Mas seis semanas depois, veio a notícia deprimente de que nenhum deles havia funcionado", disse.

"Com o novo coquetel de remédios, fiquei me sentindo mal. Eu tive hematomas por injetá-los, e um dos efeitos colaterais era sensibilidade com o Sol. Sendo uma ruiva de cor pálida, isto me obrigava a sair de luvas na rua durante o verão." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.


Tuberculose resistente a remédios causa temor na Europa


OMS descreve situação como alarmante; países do leste do continente têm maior número de casos.


14 de setembro de 2011

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Ministério da Saúde quadruplica investimento em pesquisas farmacêuticas

Recursos serão destinados a pesquisas de novos remédios, tratamentos, vacinas e equipamentos

09 de setembro de 2011

Efe

RIO - O Governo investirá R$ 1,5 bilhão em pesquisa e desenvolvimento de remédios entre 2012 e 2015, quatro vezes mais que o investimento dos últimos anos nessa área.

Os recursos serão destinados a pesquisas de novos remédios, tratamentos, vacinas e equipamentos, anunciou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em um encontro com representantes de diferentes centros científicos.

Nos últimos quatro anos, o Ministério injetou R$ 400 milhões em pesquisa e desenvolvimento de remédios, valor equivalente a 53% do total investido na área, incluindo os recursos dos laboratórios privados.

Padilha disse que o financiamento será destinado também à pesquisa de remédios contra dengue, malária, câncer, Aids e doenças crônicas não-transmissíveis, que estão entre as que mais ameaçam a saúde dos brasileiros.

Os recursos se concentrarão nos 151 projetos mais viáveis. O aumento de verba para o desenvolvimento dessas pesquisas tem por objetivo reduzir as despesas do país com a importação.

"Investiremos em pesquisa e inovação tecnológica para que possamos produzir os remédios com os quais enfrentaremos nossos problemas", afirmou o ministro.

Padilha citou um relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), segundo o qual, no mundo todo, 80% das pesquisas de novos princípios ativos são realizadas por laboratórios multinacionais privados.

O ministro aproveitou sua reunião com os cientistas brasileiros para lançar a Plataforma Brasil e o Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (Rebec), que unificarão os dados das pesquisas que incluem testes com humanos.

As duas iniciativas permitirão reduzir o tempo que um pesquisador precisa esperar pela autorização para realizar testes com pacientes voluntários.

Segundo a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa, esse tempo é atualmente três vezes maior no Brasil que na maioria dos países que realizam esse tipo de pesquisa.

Enquanto no Brasil o prazo para obter a autorização é de 10 a 14 meses, nos Estados Unidos, França e Canadá é de no máximo quatro meses e na Argentina, seis.


 Estudo reforça risco de contaminação em jalecos

12 de setembro de 2011 |

- O Estado de S.Paulo

A polêmica envolvendo o uso de jalecos por médicos e funcionários de saúde fora do ambiente hospitalar ganhou novo impulso. Um estudo publicado na edição de setembro do American Journal of Infection Control concluiu que germes perigosos podem se esconder nos uniformes de médicos e enfermeiras.

Pesquisadores do Shaare Zedek Mecical Centerin de Jerusalém fizeram culturas de três manchas de uniformes de 75 enfermeiras e 60 médicos trabalhando num hospital com 550 leitos. Patógenos potenciais (conhecidos também como agentes infecciosos ou germes) foram encontrados em 63% dos uniformes. Também foram encontradas bactérias resistentes a antibióticos em amostras de 14% dos uniformes das enfermeiras e 6% dos uniformes dos médicos. Oito das culturas se desenvolveram como Estafilococos aureus resistentes à meticilina.

Não foram observadas diferenças substanciais entre os uniformes de médicos e os das enfermeiras ou entre as equipes dos departamentos médicos e cirúrgicos. No entanto, a taxa de contaminação com patógenos resistentes a antibióticos foi maior em roupas que eram trocadas a cada dois dias, em relação às trocadas diariamente.

Não lavar as mãos com frequência pode contribuir para a propagação da bactéria, disseram os autores do estudo, acrescentando que ela pode ser transmitida a pacientes por outros meios e não apenas pela roupa. Observaram também que, embora muitos médicos e enfermeiras que contribuíram para o estudo achassem que seus uniformes estavam perfeitamente limpos, nem sempre esse era o caso.

"É importante colocar os resultados do estudo numa perspectiva", disse Russell Olmsted, presidente da Associação de Profissionais de Controle de Infecções e Epidemiologia. "Qualquer roupa que seja usada por humanos ficará contaminada por micro-organismos. A pedra angular da prevenção contra infecções continua sendo a higiene das mãos para evitar o movimento dos micróbios dessas superfícies para os pacientes."

Os autores notaram que lavar a mão mais vezes ajuda no controle das bactérias nos uniformes, assim como a troca de uniformes limpos diariamente e a lavagem adequada da roupa. Os autores mencionaram ainda que jalecos de manga curta também podem oferecer uma proteção extra. / LOS ANGELES TIMES

PARA LEMBRAR
Lei de SP prevê multa de R$ 174
O uso de jaleco ou avental fora do local de trabalho está proibido no Estado de São Paulo desde junho, quando a lei foi publicada no Diário Oficial do Estado. A infração está sujeita à multa - estipulada em 10 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo, ou seja, R$174,50, atualmente. Em caso de reincidência, o valor da multa será dobrado.



Sauípe registra 3 mortes por meningite C

12 de setembro de 2011

Eliana Lima - O Estado de S.Paulo

ESPECIAL PARA O ESTADO BA- SALVADOR

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) confirmou na tarde de ontem a ocorrência de sete casos de meningite meningocócica do tipo C - o tipo mais grave da doença -, no município de Mata de São João, a 100 quilômetros de Salvador.

Três pessoas morreram: dois homens e uma mulher. A secretaria também informou que todos os registros são de funcionários do Complexo Hoteleiro de Sauípe. Não haveria ocorrências entre hóspedes dos hotéis que integram o referido complexo e outros moradores da região.
A partir do conhecimento do primeiro caso, no dia 4, o Estado e as prefeituras dos municípios de Camaçari, Mata de São João e Entre Rios teriam iniciado a quimioprofilaxia - administração preventiva de antibióticos - para todas as pessoas que tiveram contato direto com os trabalhadores que apresentaram os sintomas da doença, tanto no ambiente de trabalho quanto em suas residências.
Riscos. As mortes ocorreram na quarta-feira, na sexta e anteontem, mesmo período em que se realizou no local o Sauípe Folia, espécie de Carnaval fora de época, que atrai um número bem maior de turistas e baianos para a região.
Os demais infectados estão internados no Hospital Couto Maia, em Salvador, unidade médica de referência para o tratamento de doenças infecciosas.
O governo afirma que não há motivos para alarme, porque não se configura uma situação de surto. Entretanto ele admite que o número de casos - localizados em uma única região - fogem à normalidade.
Cerca de 1.800 pessoas já teriam recebido medicação preventiva, e nenhum novo caso ocorreu nas últimas 24 horas.
Como medida complementar, a administração do Complexo Hoteleiro Sauípe anuncia que está programando para os próximos dias a vacinação de todos os funcionários.


domingo, 11 de setembro de 2011

Campanha pela prevenção ao HPV é iniciada pela Secretaria de Saúde de SP

Vírus sexualmente transmissível está relacionado ao câncer de colo de útero, vulva, vagina, ânus, da cavidade bucal e laringe, entre outros problemas graves

09 de setembro de 2011 | 17h 06

Agência Brasil

SÃO PAULO - A Secretaria Municipal de Saúde faz campanha esta semana, na capital paulista, para estimular a prevenção ao papilomavírus humano (HPV). O vírus sexualmente transmissível está relacionado ao câncer de colo de útero, vulva, vagina, ânus, da cavidade bucal e laringe, entre outros.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de colo do útero é o segundo tipo da doença mais frequente entre as mulheres, com aproximadamente 500 mil casos novos por ano no mundo, sendo responsável pela morte de cerca de 230 mil pessoas do sexo feminino anualmente.


Os homens também são infectados pelo HPV. Em pacientes com câncer de pênis, estudo do Inca, feito em parceria com o Instituto de Virologia da Fiocruz, constatou que 75% dos diagnósticos desse tipo de tumor estão associados à presença do vírus.


Segundo o médico ginecologista Celso Galhardo Monteiro, coordenador do Programa Municipal de DST/Aids, entre os principais sintomas de contaminação pelo vírus estão o aparecimento de verrugas na pele e na mucosa das áreas infectadas, com grande incidência nas regiões genitais.

Monteiro destacou que as ações em postos de atendimento especializados em DST/aids e em toda a rede municipal durante esta semana visam principalmente a estimular o autoexame. "Ao verificar a presença dessas verrugas, a pessoa deve procurar imediatamente um médico, que o encaminhará para fazer exames, como o papanicolau."


O médico ressalta que, quanto antes o vírus for detectado, mais chances existem de evitar o câncer. "O período entre o momento de contaminação pelo vírus e o aparecimento de tumores é em média dez anos e o tratamento antecipado evita a evolução da doença."


Monteiro informou que o HPV tem mais de 100 variações, porém, quatro delas, os tipos 16,18,31 e 45, são responsáveis por 80% dos casos de câncer de colo do útero e 90% das verrugas genitais. "Já existe uma vacina para essas variações, porém, ainda não faz parte do calendário de vacinação determinado pelo Ministério da Saúde. Em nossa campanha, vamos vacinar meninas portadoras do vírus HIV, na faixa etária entre 9 e 13 anos, e que já são acompanhadas em nossa rede de atendimento. Nessas pessoas, os sintomas do HPV são mais resistentes e agressivos, por isso priorizamos esses pacientes", explicou.

De acordo com ele, homens e mulheres, de qualquer faixa etária, que queiram se vacinar devem procurar atendimento na rede particular.

Segundo a Secretaria de Saúde, como os casos de HPV não são de notificação compulsória, ou seja, o médico não é obrigado a informar os diagnósticos, não existem estatísticas seguras sobre a prevalência do vírus.


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Fernando Reinach - O Estado de S.Paulo

Todos os anos, 50 milhões de pessoas são infectadas pelo vírus da dengue. No Brasil, a epidemia corre solta. O Aedes aegypti se espalha pelo País. As brigadas mata-mosquito não conseguem acabar com os depósitos de águas paradas onde eles se multiplicam, e fumegar bairros inteiros com inseticidas é uma medida paliativa. Mas, agora, cientistas australianos recrutaram um novo aliado, a bactéria wolbachia e, se tudo der certo, existe uma chance de vencermos a guerra.

O vírus da dengue é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que pica uma pessoa infectada, se infecta e logo em seguida pica uma pessoa saudável, transmitindo, assim, a doença. Como não existe uma vacina contra o vírus, a única maneira de combater a doença é controlar os mosquitos que transmitem o vírus.

O estudo dos australianos foi inspirado por pesquisadores que estudavam uma bactéria que infecta insetos, a wolbachia. Essa bactéria, que vive no interior das células dos insetos, é um parasita sofisticado. Habitando o interior das células, ela escapa do sistema imune e, se dividindo lentamente, não atrapalha muito a vida do hospedeiro.

Mas ela é ainda mais inteligente. Como a wolbachia infecta os ovos produzidos pelo Aedes fêmea, ela passa automaticamente para a próxima geração. Quando o ovo é fecundado, a larva já nasce infectada com a bactéria.

Mas a sofisticação desse parasita não para aí. Quando os ovos de uma fêmea não infectada pela wolbachia são fertilizados por um macho infectado, eles morrem, o que faz com que as fêmeas infectadas tenham uma vantagem reprodutiva sobre as não infectadas. A combinação dessas três características faz com que a wolbachia se espalhe rapidamente e infecte toda a população de insetos.

Mas o que isso tem a ver com o vírus da dengue? Faz alguns anos foi descoberto uma nova peculiaridade da wolbachia: ela é ciumenta, possessiva e não gosta que outros seres vivos colonizem os insetos onde ela está instalada. Na prática, isso significa que, quando um inseto é infectado pela wolbachia, ele fica imune a uma série de vírus.

Quando o vírus penetra no inseto, ele é exterminado. Os cientistas australianos ficaram imaginando... Será que é possível infectar o Aedes aegypti com uma cepa de wolbachia? E será que o Aedes infectado se torna imune ao vírus da dengue?

Após muitas buscas, eles descobriram uma cepa de wolbachia capaz de infectar o Aedes. Demonstraram que essa cepa de wolbachia era transmitida de mãe para filha e, quando presente nos machos, matava os ovos produzidos por fêmeas não infectadas.

Mais do que isso, demonstraram no laboratório que os insetos infectados eram imunes ao vírus da dengue. Em gaiolas, conseguiram mostrar que um pequeno número de insetos infectados com wolbachia rapidamente espalhava o parasita, bloqueando a transmissão do vírus da dengue.

O próximo passo era óbvio. Será que, soltando um grande número de Aedes infectados com wolbachia em uma cidade, eles seriam capazes de espalhar a bactéria por toda a população local de Aedes e, na prática, os insetos infectados bloqueariam a transmissão da dengue entre as pessoas?

Os cientistas conseguiram a permissão das autoridades australianas e o apoio de duas comunidades na costa do Estado de Queensland, no norte da Austrália.

Ao longo de dois meses, em janeiro e fevereiro deste ano, mais de 150 mil exemplares de Aedes aegypti infetados com wolbachia foram soltos nessas duas comunidades. Nos meses seguintes, coletando insetos por toda a região, os cientistas puderam monitorar como a wolbachia foi se espalhando na população de Aedes e, aos poucos, tornando os insetos imunes ao vírus da dengue.

Hoje, 100% dos Aedes presentes nessas duas comunidades são imunes ao vírus. O que se espera é que, nos próximos anos, sem insetos capazes de transmitir o vírus da dengue, os casos da doença nessas comunidades comecem a cair. Se isso ocorrer, teremos um novo método para combater a dengue, usando como aliado nossas amigas wolbachias.

Quem poderia imaginar que um projeto de pesquisa básica, cujo objetivo era compreender o ciclo de vida de uma bactéria que parasita um inseto, poderia levar à descoberta de uma nova maneira de combater o vírus de uma doença humana?

É por isso que só os desinformados criticam investimentos em projetos de ciência básica desvinculados de objetivos práticos.

MAIS INFORMAÇÕES: SUCCESSFUL ESTABLISHMENT OF WOLBACHIA IN AEDES POPULATIONS TO SUPPRESS DENGUE TRANSMISSION. NATURE VOL. 476 PAG. 454 2011